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Quercus suber, a árvore perenifólia produtora de cortiça

Nesta nova ficha de plantas a protagonista é o Quercus suber, uma árvore perene (vivaz) originária da Europa e do norte de África.

Se calhar, pelo seu nome científico não lhe diz grande coisa, mas se lhe dissermos que esta espécie é conhecida popularmente como sobreiro, de certeza que já o conhece.

Esta árvore tão característica da Península Ibérica é conhecida principalmente pelos usos da sua casca, a cortiça. De grande interesse económico, tem diversas aplicações, desde a elaboração de rolhas para garrafas até à produção de roupa ou calçado e outros artigos de design.

Neste post vamos descrever todas as características, usos e como cuidar do Quercus suber. Além disso, vamos abordar as doenças ou pragas que podem afetar a esta árvore.

casca de sobreiro
casca de sobreiro

Quercus suber: Que é, quais são as suas características e que aplicações tem

    • Nome científico: Quercus suber L
    • Nome comum: sobreiro
    • Classe: Magnoliopsida
    • Ordem: Fagales
    • Família: Fagaceae
    • Género: Quercus
    • Origem: o sobreiro é uma árvore originária das zonas de clima mediterrânico, portanto, trata-se de uma espécie endémica da Europa e do norte de África.
    • Distribuição: Atualmente, esta árvore pode ser encontrada em quase qualquer região com clima mediterrânico. Pode encontrá-lo na sua forma selvagem nas zonas com as condições de cultivo propícias e o clima adequado. É habitual que forme massas puras (só bosques de Quercus suber) ou que se misture com outras árvores, como as azinheiras, os abetos-espanhóis ou os pinheiros.

    Características do Quercus suber

    O Quercus suber, mais conhecido como sobreiro, é uma árvore de folhas perenes da família dos Fagaceae. Trata-se de uma espécie originária das regiões com clima mediterrânico e pode desenvolver-se de forma solitária formando bosques puros ou misturada com outras espécies como as azinheiras ou os pinheiros.

    Pode viver durante centenas de anos.

    O sobreiro é uma árvore de porte médio-grande (por vezes chega a alcançar os 25 ou 30 metros de altura). Dela, destaca-se a sua casca. Esta é grossa, rugosa, de cor acinzentada e conhecida como cortiça (possui numerosas aplicações, de que iremos falar na próxima secção).

    Quando se retira a casca, o tronco do sobreiro tem uma tonalidade avermelhada.

    As folhas deste Quercus são simples, persistentes, alternas e podem ser lobuladas ou com ‘dentes’. Têm cor verde-escura no direito das folhas e uma tonalidade mais clara no avesso. São perenes, ou seja, não caem na época seca e mantêm-se na árvore durante todo o ano.

    Quanto às suas flores, estas desenvolvem-se durante a primavera em pedúnculos suspensos e amarelados.

    O fruto do Quercus suber é a bolota.

    Esta bolota amadurece durante um período de tempo amplo (de setembro até janeiro ). Como os frutos dos outros Quercus, apresenta na base um ’capuz’ coberto de escamas. Têm aproximadamente 3 centímetros e possui uma única semente.

    Rolhas de cortiça
    Rolhas de cortiça

    Usos do sobreiro

    A casca do Quercus suber, conhecida como cortiça, apresenta diversas aplicações. Em muitas regiões em que esta árvore é endémica, a cortiça tem um importante valor económico e muita gente ganha a vida graças a esta casca.

    A cortiça é usada nos mais variados fins, desde a elaboração de rolhas para garrafas (vinhos, licores, champanhes), ao revestimento de solos ou para elaborar isolantes de todo o tipo (tanto acústicos como térmicos).

    Também se usa na produção de roupa e calçado.

    Mas não pense que a casca é a única parte do Quercus suber que tem aplicações muito práticas. A madeira também tem um grande interesse. Tradicionalmente, a lenha usava-se na elaboração de carvão vegetal.

    As bolotas são ideais para alimentar o gado, concretamente aquele que é necessário engordar, como, por exemplo, os porcos ibéricos.

    Cortiça a monte
    Cortiça

    O cultivo do Quercus suber: Quais são as suas necessidades?

    O Quercus suber é uma árvore que pode chegar a viver centenas de anos, e este facto não é uma mera casualidade.

    Trata-se de uma espécie resistente, que pode chegar a suportar condições de cultivo complexas. Mas, pese a isto, e como outras muitas árvores e plantas, requer certos cuidados e algumas tarefas de manutenção.

    Quanto às condições de cultivo do sobreiro, deverá saber o seguinte:

    • O Quercus suber desenvolve-se nos climas mediterrânicos pelo que necessita de mais humidade que outras espécies. Além disso, não tolera o frio extremo.
    • Cresce de forma ótima nos solos ácidos ou os terrenos sem cal.
    • Pode habitar em zonas ao nível do mar ou em áreas mais elevadas (até aos mil metros).
    • Aconselha-se realizar uma adubagem orgânica durante o outono ou a primavera. Para tal, o melhor é o composto.
    • Multiplica-se melhor por sementes dado que mediante estacas não costuma enraizar.
    • Prefere uma exposição a semi-sombra, ainda que tolere a luz direta do sol.
    • Ainda que necessite de pouca água, é recomendado regá-la durante a época de seca. Não encharcar a terra.

    O Quercus suber é uma espécie de pouca manutenção. Como pode verificar, as necessidades de cultivo são quase mínimas.

    As doenças e pragas que podem afetar o sobreiro

    Chegamos à secção mais temida pelos jardineiros e proprietários de plantas, a análise das doenças e pestes que podem afetar a espécie, neste caso, o Quercus suber.

    Apesar de ser uma árvore resistente, pouco exigente e de baixa manutenção, o sobreiro não está isento de sofrer o ataque de diversos organismos patogénicos.

    Os que nos devem preocupar são os seguintes:

    • Cancro: é uma doença que pode afetar os ramos da árvore e o tronco. Quando o Quercus suber é afetado, a casca começa a morrer e aparecem pústulas negras. Após a árvore adoecer, deve-se isolá-la. As medidas de controlo baseiam-se na prevenção, pois as técnicas curativas são quase sempre ineficazes.
    • Phytophthora cinnamomi: trata-se de um patogénico que produz a podridão das raízes. É um dos mais comuns e um dos que mais efeitos negativos tem. Quando a árvore fica afetada por este oomicete, aparecem manchas foliares e clorose, desfolhação, morte regressiva dos rebentos e dos ramos. Sempre que tal seja possível, deve-se isolar o sobreiro.
    Cortiça
    Cortiça

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