Voltamos com um novo artigo para falar sobre um tipo de árvores muito especial. Neste caso, trata-se de uma das espécies introduzidas na cidade de Lisboa no século XIX.
A protagonista de hoje é o jacarandá.
Este género de árvores, que possui umas 50 espécies, pertence à família das bignoniáceas. Portanto, atendendo às suas origens americanas, não nos deve estranhar que se adapte muito bem ao clima quente e / ou temperado.
Em Portugal, podemos contemplar esta espécie nas zonas urbanas do sul do país. De facto, é habitual ver árvores jacarandá em diversas zonas de Lisboa, por exemplo.
O que mais chama a atenção desta planta com madeira de cor rosada, é a sua copa malva, a qual floresce na primavera.
Quer saber mais?
Neste novo artigo vamos-lhe falar sobre o que é o jacarandá, quais são as suas origens, as suas principais características e as condições que requer para o seu cultivo.
Se gosta da flora arbórea e pretende dar cor ao seu jardim, neste post encontrará muita informação que lhe pode ser útil.
Sabia por exemplo, que o seu nome tem origem indígena? “jacarandá” é um vocábulo da língua tupí (yakara’nda).
Começamos?
Qué é o jacaranda?
O Jacarandá, conhecido também como jacaranda-caroba, é um género de árvores de porte médio e crescimento rápido. Entre as espécies mais conhecidas, destaca-se o Jacaranda mimosifolia.
No geral, a sua estatura máxima não ultrapassa os 15 metros.
Aqui tem a sua ficha técnica.
Nome científico | Jacaranda |
Nome comum | Jacaranda |
Classe | Magnoliopsida |
Família | Bignoniacease |
Género | Jacaranda |
Origem | Espécie nativa de florestas de folha caduca tropical a subtropical, em planaltos (do sul do México ao norte da Argentina) |
Para conhecer as suas origens, temos de viajar para as regiões da América intertropical, como Paraguai, Brasil ou Argentina.
Quais são as suas características mais importantes?
Quanto ao seu aspeto, a sua principal característica distintiva pode ser encontrada na sua copa, a qual, além de seguir um contorno arredondado, emite uma chamativa floração de cor violeta.
Esta é a razão pela qual muitos jardineiros optam por cultivar este género como peça ornamental do seu jardim e relvado.
Devido à sua procedência, esta árvore adapta-se especialmente bem a zonas que se encontrem próximas da costa.
No obstante, não tolera correntes de ar fortes. Além disso, é necessário que esteja completamente exposta ao sol.
Também cresce bem em ambientes urbanos.
De facto, se dermos um passeio por Lisboa, é muito provável que o jacarandá nos acompanhe com a sua bela floração violeta.
Foi introduzida na cidade por Félix de Avelar Brotero, então diretor do Jardim Botânico da Ajuda, nos inícios do século XIX.
Em Lisboa, encontra-a nas avenidas de Dom Carlos I, da Torre de Belém, do Restelo, das Descobertas, no início da Alameda Edgar Cardoso (do Marquês para cima), Avenida 5 de Outubro e na zona do Campo Pequeno.
Que podemos dizer acerca das suas folhas?
Como muitas outras plantas nativas de climas tropicais, a espécie Jacaranda mimosifolia é uma árvore caducifólia. No entanto, este género é especial, pois as suas folhas são na realidade perenes, de cor verde acinzentado e muito parecidas às de um feto.
Porque dizemos que o jacarandá é uma árvore caduca?
Quando as temperaturas baixam, converte-se numa árvore de folha caduca como mecanismo de defesa face ao frio.
Quanto às flores…
Entramos no principal traço característico desta espécie. A flor do jacarandá tem uma vistosa cor lilás azulado.
A sua floração, de grande beleza, ocorre na primavera. Chegado o momento, la copa cobre-se de diversos conjuntos de flores tubulares. Por este motivo, é uma das árvores mais desejadas no que se refere à decoração de jardins.
É algo digno de se presenciar.
Não em vão, as suas flores têm servido como inspiração a diversos escritores e outros artistas.
Geralmente, esta floração dura até ao verão. Pode dar-se o caso de que se produza uma segunda eclosão floral no outono, sempre que as condições sejam propícias.
Quanto aos seus frutos…
Surgem em simultâneo com o florescimento da árvore. Manifestam-se como umas pequenas vagens redondas de cor castanha com a superfície lisa. Medem até 6 centímetros.
Quanto amadurecem, abrem-se para deixar passar diversas sementes com forma de coração e pequenas membranas, como se de asas se tratassem.
Têm um aspeto parecido às castanholas.
Quais são os usos do jacarandá?
Como mencionamos anteriormente, esta árvore é ideal para uso ornamental, graças à sua impressionante floração. Mas adornar o jardim não é a única utilidade que lhe pode oferecer esta árvore.
Estamos ante uma espécie muito versátil!
Sem ir mais longe, as suas folhas e frutos foram aplicados na medicina como elementos para cicatrizar chagas e pequenas feridas.
A sua madeira de cor creme, além de ser muito compacta, resistente e duradoura, desprende um aroma agradável que serviu a esta árvore para ganhar um lugar no mundo da laminação para carpintaria e a marcenaria.
Como pode constatar, o jacarandá é muito mais que uma copa bonita.
Cuidar Jacarandás
Para terminar o artigo, vamos dar-lhe uma série de diretrizes sobre como cuidar esta árvore.
É certo que o jacarandá é uma árvore com grande resistência, mas para que cresça sã e que possa desfrutar da sua floração elegante , terá que conhecer as técnicas de cultivo que precisa esta maravilha da botânica.
Deixamos alguns conselhos para cuidar o Jacaranda mimosifolia:
- Como mencionado, pode viver em zonas situadas a poucos metros acima do nível do mar. Mas recorde que não lhe beneficia em nada as grandes correntes de vento.
- Para enfrentar as épocas mais frias do ano, um bom remédio que pode aplicar é uma dose de sulfato de potássio duas vezes ao ano. Este tratamento é especialmente recomendado quando a espécie é ainda jovem, pois ajuda a endurecer a madeira.
- O terreno não deve estar excessivamente encharcado, dado que atrasaria a capacidade da árvore para absorver os nutrientes do solo. Também não se esqueça de que a árvore deve receber luz em todos os momentos.
- Convém adubar a árvore durante o bom tempo, ou seja, durante a (primavera e o verão). É recomendável aplicar adubos minerais específicos.
- Em relação à poda, não se pode dizer que seja um assunto fácil e simples. Principalmente, deverá eliminar os ramos verticais, que são os que mais prejudicam o seu aspeto. Tenha em mente que a forma da copa deve recordar um guarda-chuva aberto. Para se desfazer dos ramos mais grandes, pode utilizar uma serra de poda. Se o exemplar é jovem, deverá podá-lo com mais frequência.
- Não podemos esquecer a rega, pois no caso desta árvore, é uma tarefa que requer certa regularidade. No verão, convém regá-la a cada três dias, enquanto que no resto do ano basta uma dose semanal.
- Uma vez mais, esteja preparado para possíveis ataques de pragas e fungos. e de novo, os pulgões aparecem como principais candidatos a devorar as suas folhas e flores. Seguramente que se recorda dos nossos artigos anteriores, portanto, já sabe: prepare o inseticida.
Assim termina este nosso artigo. Esperamos que lhe sirva para conhecer um pouco mais da árvore com flores de cor roxa e, se pretende cultivá-la, saber que tem que ter em conta para que cresça no seu máximo esplendor.