Ainda que possa parecer que com sombra as plantas e as flores não se podem desenvolver de maneira adequada, isto não é bem assim. Existem numerosas variedades vegetais que crescem de forma ótima sob condições de pouca ou nenhuma luz. Estas são conhecidas como plantas de sombra ou semissombra e costumam caracterizar-se por ter pequenas flores e folhas grandes. Destacam-se a dieffenbachia, os fetos e as hortênsias.

Esta vegetação costuma ser usada para decorar o interior das casas, mas também se podem cultivar em zonas exteriores fechadas, como terraços ou varandas.

As plantas de sombra, tal como as outras, requerem uma série de cuidados para que o seu crescimento seja ótimo e para evitar a aparição de pragas e doenças.

Se quer saber um pouco mais sobre as plantas de sombra, as suas variedades mais comuns, os seus cuidados ou as possíveis pragas que podem aparecer, continue a ler.

As plantas de sombra mais populares

Existe um grande número de espécies vegetais que crescem privadas de luz. Muitas delas são variedades que se plantam em espaços exteriores como o jardim e terraços, e outras, se colocam no interior de casa para que formem parte da decoração.

Estas plantas têm um aspeto característico: a maioria delas possui pequenas flores de cores pouco chamativas e folhas muito verdes e grandes que captam a pouca luz que lhes chega.

Neste artigo falamos de três plantas de sombra mais populares.

dieffenbachia, a planta com folhas de cor verde intenso

dieffenbachia
dieffenbachia

A dieffenbachia é uma planta que tolera as zonas semissombrias melhor que a maioria, mas não resiste nem à luz solar direta nem à humidade extrema. Caracteriza-se por ter umas folhas largas de cor verde muito intenso. Algumas variedades de dieffenbachia chegam a ter manchas mais claras nas suas brácteas, o que lhes dá um aspeto mais bonito. A maior parte das que se comercializam são híbridos da Dieffenbachia Maculata (comumente conhecida como comigo-ningém-pode ou diefembáquia), de folhas ovais e manchas de cor marfim.

A seiva desta planta é tóxica e chega a causar inflamações e irritações.

Cuidados com a dieffenbachia: requisitos para um ótimo crescimento

Como todas as plantas, a dieffenbachia também necessita de cuidados especiais para que o seu desenvolvimento se faça da melhor forma possível.

  • Luz: Ainda que seja uma planta de sombra, também requer alguma luz solar para poder crescer. Não tolera o sol direto e a quantidade de luminosidade que necessita depende da variedade de dieffenbachia que seja.
  • Temperatura: é muito sensível às baixas temperaturas e às correntes de ar. O melhor é plantar em zonas abrigadas e nas que a temperatura não baixe dos 10º centígrados. Quando a temperatura ambiental não é a correta, as suas folhas inferiores começam a cair.
  • Humidade: não tolera a secura do ar. Deverá manter a humidade relativa de forma regular e por tanto recomenda-se pulverizar água nas suas folhas (a quantidade dependerá da zona em que está plantada).
  • Substrato e adubo: o substrato deve ser solto e com uma boa drenagem para evitar a perda de folhas e o apodrecimento dos talos. Deve-se adubar com fertilizante vegetal a cada 15 dias ou cada mês e com especial ênfase entre outubro e janeiro.
  • Rega: Durante o verão necessita regas mais frequentes que no inverno. Para evitar que as folhas não fiquem desidratadas, é aconselhável não deixar secar por completo a terra.

Pragas e doenças a que está exposta

Ainda que se considere uma planta resistente, a dieffenbachia pode sofrer as seguintes pestes e doenças:

  • Aranha vermelha: Coloca-se na parte inferior das folhas e torna-as amarelas. Quando a quantidade deste inseto é considerável, as brácteas acabam por secar e cair. A aparição desta praga fica a dever-se à secura do ambiente. Para evitar este ataque, deve-se pulverizar a planta e no caso de já estar infetada, usar acaricidas.
  • Cochonilha: este parasita suga a seiva da planta e depois derrama-a sobre as folhas. Depois, esta substância termina por converter-se num fungo que provoca a aparição de manchas nas brácteas. a melhor forma de combater esta praga é recorrer a remédios químicos para as plantas mais grandes e exteriores e a soluções caseiras (algodão molhado em álcool) para as que têm um tamanho inferior.
  • Pulgões: é uma das pragas mais comuns das espécies vegetais. Estes pequenos insetos de cor negra colocam-se na parte inferior das folhas para se alimentar da seiva da planta. Como consequência, aparecem manchas e deformações nas folhas.
  • Fungos: nestes, destaca-se o fungo Phytophthora Palmivora. Produz manchas brancas e de aspeto húmido nos talos da planta. As folhas acabam por marchar e caso esta doença persistir, a dieffenbachia pode morrer.

Os fetos, a planta de folhas ao dependuro

feto
feto

O feto é um tipo de planta que vive no nosso planeta desde há milhões de anos. Desde então desenvolveram-se em todo o nundo, à exceção dos desertos e das regiões polares. Possui uma grande variedade de espécies e todas e cada uma delas adaptou-se a viver em zonas de sombra ou semissombra.

E que aspeto têm? Os fetos caracterizam-se pelas suas folhas estreitas e alongadas, o seu talo subterrâneo e a sua peculiar reprodução através de “esporângios”. Os fetos são usados para decorar os exteriores das casas e edifícios e é habitual vê-los dependurados em vasos.

Esta planta provem de bosques com bastante sombra, matos em zonas chuvosas e terrenos pobres do Mediterráneo e de regiões tropicais.

Os requisitos para que os fetos crescam de forma ótima

Apesar de viver no nosso planeta há milhões de anos e apesar de serem plantas resistentes, os fetos, como as restantes plantas, necessitam de cuidados específicos para que o seu crescimento seja o melhor possível. Estes requisitos estão relaçionados com a luz que recebem, a temperatura a que estão expostos, a rega ou o adubo.

  • Luz: Como já mencionado, os fetos adaptaram-se a viver em zonas de sombra ou semissombra, mas ainda assim necessitam de luz solar. Não toleram o sol direto, por isso devem ser colocados em espaços que estejam iluminados de forma indireta.
  • Temperatura: os fetos são originários de climas tropicais e equatoriais, portanto necessitam de viver em lugares com temperaturas próximas aos 20ºC. As melhores localizações são as que não têm corrente de ar, como por exemplo os quartos de banho.
  • humidade: Tal como a temperatura, a humidade deve ser elevada. Para gerar maiores níveis de humidade, pode-se optar por pôr o feto em dois vasos (um grande e outro pequeno) ou pôr um humidificador perto.
  • Rega: a rega deve ser periódica, para manter o ambiente e a terra húmida. Recomenda-se regar todos os dias na época de mais calor e reduzir a quantidade de água no inverno.
  • Fertilizante: uma vez ao mês, devemos fertilizar a planta com um adubo especial para lhe dar os nutrientes de que necessita.
  • Poda: Retirar as partes mortas ou doentes para evitar que possa morrer como consequência de alguma doença ou praga.

As pragas ou doenças que afetam os fetos

Apesar de serem plantas muito resistentes, os fetos podem ver-se afetados por diversas pragas e doenças. Muitas vezes, se não se consegue erradica-las, a planta morre.

Uma das pragas mais habituais são as cochonilhas. Estes pequenos insetos sugam a seiva das plantas e expulsam o seu melaço nelas. Como consequência, as folhas deformam-se e aparecem manchas nas folhas.

Também pode sofrer o efeito de diferentes bactérias, que podem causar necrose nas folhas mais jovens ou nas raízes da planta. Além disso, alguns vírus são responsáveis por deformações foliares e pela aparição de manchas necróticas.

As hortênsias, uma espécie colorida

hortênsia
hortênsia

A Hydrangea, conhecida como hortênsia, é uma das plantas mais populares na decoração de jardins, graças às suas grandes e coloridas flores. É originária do sul e este da Ásia. A maior diversidade de espécies desta planta encontra-se nas regiões da China, Japão e Coreia.

As hortênsias florescem no início da primavera e as suas inflorescências agrupam-se no extremo das hastes. Cada uma das flores individuais tem um tamanho relativamente pequeno, mas ao agrupar-se em cachos, o desdobramento de cores aumenta. A cor das inflorescências varia de acordo com o pH do solo em que estão plantadas. Por exemplo, nos terrenos ácidos, as flores são azuis, e nos solos alcalinos são cor-de-rosa ou brancas.

Cuidados a ter com a hortênsia

Esta planta cultiva-se para uso ornamental, e como todas as espécies vegetais, necessita de cuidados especiais para que o seu desenvolvimento seja ótimo.

  • Rega: Deve ser regada abundantemente e de forma frequente na época primavera-verão. O seu substrato deve estar molhado (nunca encharcado) e o cabelame deve ser pulverizado para criar um ambiente húmido (sem humidade elevada).
  • A hortênsia não suporta temperaturas baixas nem geadas, portanto, quando chegar o inverno, recomenda-se colocar a planta numa zona interior com um ambiente agradável.
  • O solo onde a planta se encontra deve ser rico em nutrientes, ácido e com uma boa drenagem.

Desenvolvem-se de forma ótima em zonas com pouca luz. Durante a primavera, a hortênsia necessita de luz solar para florescer (nunca sol direto, pois poderia queimar-se).

Recomenda-se retirar todas as ervas daninhas que se desenvolvam em redor do vaso. Isto fará com que a hortênsia cresca com energia. Além disso, deve-se podar de forma constante e fazer com que o desenvolvimento se centre em alguns, poucos talos, desta forma, estes desenvolver-se-ão fortes.

Quais são as pragas e doenças mais comuns da hortênsia?

As principais pragas da hortênsia são o pulgão e a aranha vermelha. Ambos os insetos colocam-se na parte inferior das folhas, sugam a seiva da planta e causam problemas nas suas brácteas. No caso da peste por pulgão, deformam-se e aparecem manchas. No entanto, as aranhas provocam que as folhas mudem de cor e se tornem amarelas. A solução? Um inseticida específico e um acaricída.

No que toca às doenças, as mais habituais são os fungos que produzen a putrefação da hortênsia e danos nas folhas. Outra doença é a clorose. Esta aparece devido à existência de um pH demasiado alto. Os seus efeitos podem-se ver nas brácteas, pois, estas alteram a sua cor.

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